quinta-feira, 12 de julho de 2012

O sofrimento e a Mãe de Deus


O sofrimento pode ser interpretado de várias maneiras. Existe aquele originário da natureza humana física, o sofrimento do coração e o sofrimento espiritual ou sofrimento da alma. São eles por vezes provocados por alguém ou por alguma coisa, nós mesmos os provocamos ou ainda não sabemos sua origem, e apenas os sentimos.

O papa João Paulo II, na Carta Apostólica Salvifici Dolores trata de que o sofrimento existe no mundo a fim que o amor possa se desencadear, que faça nascer obras de amor para com o próximo de modo que construamos a “civilização do amor”.

O sofrimento cumpre seu papel na vida humana da mesma forma como a ponte faz-nos chegar para outra margem. O maior desafio talvez, é não fixar o olhar na ponte, mas olhar para além da ponte, pois ela é apenas a passagem do caminho. Da mesma forma os sofrimentos são transitórios, contribuem para nosso crescimento, nos transformam, humanizam, “transformam o coração de pedra em coração de carne”(Ez 26, 26) e nos fazem alcançar coisas e lugares novos e nobres que até então as alegrias não haviam nos proporcionado.

O sofrimento acima de tudo precisa ter um sentido sobrenatural. Sabemos que Deus não manda o sofrimento ao ser humano, Ele apenas o acolhe tornando-nos já desde agora participantes do sofrimento de Cristo e da Redenção.

  Em Maria encontramos o maior retrato de sofrimento. Com o filho no colo, precisou fugir para o Egito por meio do deserto, pois Herodes tentava matar todas as crianças. O que teria passado no coração desta jovem mãe? Quando depois de três dias de viagem percebe que seu filho se perdeu, quando foi traído por um de seus escolhidos que vivia e convivia Ele, quando foi preso, flagelado e quando do alto da cruz recebe as palavras do filho: “Eis aí teu filho”. É sem dúvida um sofrimento amplamente doloroso. “Uma espada de dor transpassa sua alma” já dizia a profecia de Simeão. Este é, porém um sofrimento imensurável e incomparável. Sofrimento no qual o humano de Mãe alcança a amplitude do sofrimento divino de Cristo.

No entanto, após a dor, o sofrimento e a morte, renasce porém, a Vida Nova e Ressurreição.

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