O sofrimento pode ser
interpretado de várias maneiras. Existe aquele originário da natureza humana
física, o sofrimento do coração e o sofrimento espiritual ou sofrimento da
alma. São eles por vezes provocados por alguém ou por alguma coisa, nós mesmos os
provocamos ou ainda não sabemos sua origem, e apenas os sentimos.
O papa João Paulo II, na
Carta Apostólica Salvifici Dolores trata
de que o sofrimento existe no mundo a fim que o amor possa se desencadear, que
faça nascer obras de amor para com o próximo de modo que construamos a “civilização
do amor”.
O sofrimento cumpre seu
papel na vida humana da mesma forma como a ponte faz-nos chegar para outra
margem. O maior desafio talvez, é não fixar o olhar na ponte, mas olhar para
além da ponte, pois ela é apenas a passagem do caminho. Da mesma forma os
sofrimentos são transitórios, contribuem para nosso crescimento, nos transformam,
humanizam, “transformam o coração de
pedra em coração de carne”(Ez 26, 26) e nos fazem alcançar coisas e lugares
novos e nobres que até então as alegrias não haviam nos proporcionado.
O sofrimento acima de tudo
precisa ter um sentido sobrenatural. Sabemos que Deus não manda o sofrimento ao
ser humano, Ele apenas o acolhe tornando-nos já desde agora participantes do sofrimento
de Cristo e da Redenção.
Em
Maria encontramos o maior retrato de sofrimento. Com o filho no colo, precisou
fugir para o Egito por meio do deserto, pois Herodes tentava matar todas as
crianças. O que teria passado no coração desta jovem mãe? Quando depois de três
dias de viagem percebe que seu filho se perdeu, quando foi traído por um de
seus escolhidos que vivia e convivia Ele, quando foi preso, flagelado e quando
do alto da cruz recebe as palavras do filho: “Eis aí teu filho”. É sem dúvida um sofrimento amplamente doloroso.
“Uma espada de dor transpassa sua alma”
já dizia a profecia de Simeão. Este é, porém um sofrimento imensurável e
incomparável. Sofrimento no qual o humano de Mãe alcança a amplitude do sofrimento
divino de Cristo.
No entanto, após a dor, o
sofrimento e a morte, renasce porém, a Vida Nova e Ressurreição.
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